Assistimos durante as ultimas semanas, ao “rescaldo” da primeira fase dos exames nacionais. Muitos foram os comentários proferidos pelos alunos. Contudo, entre todos, aponto especial destaque para um que predomina e que agrada a muitos.
“Como foi possível aparecer esta pergunta no exame de matemática?”
“Ainda bem que vim à primeira fase…”
Ou seja, podemos constatar que realmente os exames foram demasiado acessíveis. Bom… em relação aos alunos, é lógico, que ficaram satisfeitos, pois também ficaria se tivesse na mesma situação, com a mentalidade dos ainda não muito longínquos 18/19 anos.
Agora em relação a quem tem responsabilidades na matéria, só o posso considerar, de uma irresponsabilidade enorme.
Não exigir hoje, o que vai ser necessário no dia de amanhã, não é politica! Os novos hábitos de facilidade e de menor exigência na avaliação, irão criar dificuldades ao aluno no longo prazo. O aluno chegará a um determinado nível académico, em que será confrontado com situações onde o nível de exigência será bastante superior, e que, por não ter as bases necessárias, sentirá enormes dificuldades, que poderão inclusive levar o mesmo, a desistir da sua própria formação.
Acredito que desta forma, poderão preencher nos próximos meses as capas dos jornais, com títulos parecidos com: “Boas notas demonstram sucesso no processo educativo” “Matemática com os melhores resultados dos últimos 4000 anos”….enfim….
A exigência é essencial no processo educativo. Existem alunos com mais, e outros com menos dificuldades, mas temos sempre que elevar a fasquia para tentar aproximar todos a um nível superior, e nunca descer essa mesma fasquia.
O futuro cada vez afigura-se mais competitivo, as dificuldades do dia-a-dia aumentam. Temos que preparar cada vez melhor os nossos jovens, para que no dia de amanhã, possam ser bons profissionais, bem qualificados, e acima de tudo responsáveis.
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