Neste atípico ano para todas as pessoas, empresas e instituições de toda e qualquer natureza, o destaque, ditou o destino, vai para um vírus que não “lembrava a ninguém”, e que tarda em nos deixar. Na esperança de que rapidamente voltemos à “nova normalidade”, terminamos este difícil ano com uma novidade, uma boa novidade: temos um novo Governo Regional!!
Independentemente da ideologia ou cor partidária, a mudança impunha-se. Um Governo Regional de todos e para todos, em detrimento de um poder absoluto e seletivo, é o mínimo que qualquer cidadão pode esperar... Um Governo Regional com a consciência que o motor do desenvolvimento de qualquer sociedade, país ou continente, assenta e muito na iniciativa privada, em conjugação com todos os sectores da sociedade civil, protegendo sempre o interesse publico, é um governo que reconhece o modelo aplicado com sucesso em inúmeros países e regiões, e que se preocupa com o desenvolvimento e prosperidade em detrimento do controlo e dependência.
Profundo crente da verdadeira ideologia social-democrata, enquanto mecanismo promotor de uma sociedade responsável, “livre”, humanista e potenciadora do desenvolvimento económico, venho assistindo ao longo dos últimos tempos a um discurso político onde a verdadeira essência ideológica, que deve determinar qualquer orientação política, era colocada em segundo plano, em detrimento de uma vontade óbvia de agradar a tudo e a todos. Na política ou em qualquer outro ramo ou atividade, agradar a todos significa ausência de estratégia, de rumo, e até mesmo de coragem para assumir as funções de decisão para as quais se foi destacado, nomeado ou naturalmente incumbido.
Talvez por estar menos atento, descrente, e até mesmo, em falta com o natural dever cívico que todos nós devemos assumir na vida política ativa da nossa sociedade, surpreendeu-me o discurso de tomada de posse do novo Presidente do Governo Regional dos Açores. Um discurso assente em pilares base da social-democracia, que envolvem os tempos vindouros da nossa região numa orientação política assente no desenvolvimento social e económico, com uma intervenção reguladora do estado destacando o papel fundamental da família. Uma ação “personalista e humanista” que não deixa ninguém de fora, respeitando tudo e todos, mas que também não sustenta dependências. Uma ação que “promove a liberdade da iniciativa privada” como motor de desenvolvimento económico, sem esquecer o princípio básico da humanização do capitalismo. Uma orientação que promove a “liberdade e pujança das forças da sociedade civil” sem monopolizar ou partidarizar a base de toda a democracia, promovendo a participação cívica de todos.
Com este discurso, o repto está lançado e as expectativas elevadas. Marcar a diferença e recuperar a confiança plena dos Açorianos através de princípios e convicções, deve e deverá ser sempre a prioridade de quem governa. Não olhar à cor partidária, mas sim à competência e responsabilidade! Não valorizar a subserviência em detrimento da capacitação!
Enfim... a ESPERANÇA está RENOVADA! Agora cabe essencialmente a nós, cidadãos comuns, estar atentos e fazermos ouvir os nossos anseios e preocupações. Exigirmos que todos os princípios enumerados sejam aplicados durante os quatro anos que se seguem, sem esquecer que na ilha Terceira, somos orgulhosos Terceirenses, e que não vivemos apenas numa ilha de festas.... pertencemos à Terra dos Bravos.
A esperança está renovada, mas a responsabilidade é enorme.
ANGRA DO HEROÍSMO, 7 DE DEZEMBRO 2020
LUÍS CARNEIRO
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